sábado, 26 de outubro de 2013

ACIDENTES DE TRÂNSITO

ENTREVISTA

ACIDENTES DE TRÂNSITO

Julia Greve é médica fisiatra e trabalha no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Universidade de São Paulo.
Nas grandes cidades brasileiras, especialmente em São Paulo, é enorme o número de acidentes de trânsito. Grande parte, felizmente, é constituída por abalroamentos sem vítimas e o prejuízo é só material.
Alguns acidentes, porém, são mais graves. É o caso dos atropelamentos de pedestres e dos acidentes com motos, veículos que têm infestado ruas e avenidas das cidades maiores e mais densamente povoadas. Os motoqueiros prestam um serviço importante, levando papéis ou pequenas encomendas de um canto para outro mais rapidamente do que se fosse usado outro meio de transporte. No entanto, trata-se de uma atividade de alto risco. Eles se locomovem, muitas vezes imprudentemente, por entre as filas dos carros e acidentam-se com muita facilidade.
Em relação aos acidentes automobilísticos, o uso obrigatório do cinto de segurança representou um avanço na proteção de motoristas e passageiros, mas ainda não consegue evitar um tipo de traumatismo chamado chicote, ou seja, a batida dos carros faz com que a cabeça seja jogada bruscamente para frente e para trás o que pode provocar uma lesão na medula espinhal na altura da coluna cervical com sequelas muito graves.
PRINCIPAL CAUSA DE MORTE NA JUVENTUDE
Drauzio – Qual é a magnitude do problema representado pelos acidentes de trânsito em termos de morbidade e mortalidade em nosso País?
Julia Greve – Nos pacientes jovens, com menos de 35 anos, os acidentes de trânsito e a violência urbana são as causas mais importantes de mortalidade. Especificamente, em se tratando da população masculina com menos de 35 anos, os acidentes de trânsito são a primeira causa de morte no Brasil inteiro. Embora não tenhamos dados confiáveis a respeito, provavelmente eles sejam também a causa principal de morbidade, lesões e incapacidades graves nessa faixa etária.
Drauzio – Entre os acidentes de trânsito, quais são os mais frequentes?
Julia Greve – Apesar de o Brasil ser um país tão grande e com tantas estradas, os acidentes ocorrem com mais frequência dentro do perímetro urbano, nas ruas ou avenidas de alta velocidade. Em geral, são acidentes graves e os que trazem maiores problemas em termos de saúde. Em cidades como São Paulo, por exemplo, prevalecem os atropelamentos e os acidentes com motocicletas nos quais as vítimas costumam sofrer lesões muito sérias e até fatais.
A propósito, não se pode deixar de mencionar a questão do álcool, uma droga lícita responsável por grande parte dos acidentes. Todo o mundo acha que pode beber um pouco, pegar o automóvel e sair por aí e nossa sociedade é permissiva e complacente com as pessoas que dirigem embriagadas.
ÁLCOOL E ACIDENTES DE TRÂNSITO
Drauzio – Em países com leis rígidas em relação ao álcool, nota-se que a população leva isso muito a sério. Numa festa, os que vão dirigir na volta para casa não experimentam uma gota sequer de bebida alcoólica. No Brasil, ao contrário, no que se refere ao uso do álcool, as restrições existentes para as pessoas que vão pegar num volante são logo desrespeitadas e elas voltam a dirigir embriagadas.
Julia Greve – O Código de Trânsito promulgado em 1997 prevê penas severas para o motorista que dirige embriagado. Ele perde a carteira de motorista e responderá a processos se for apanhado dirigindo bêbado. No entanto, como costuma acontecer em nosso País, não há fiscalização efetiva sobre os transgressores. Parece não existir, ainda, por parte das autoridades e dos cidadãos, a preocupação com o fato de que o álcool é a grande causa de morte no trânsito, e isso impede a adoção de medidas efetivas para resolver o problema.
Num primeiro momento, policiamento e repressão forte é o que resolve. Claro que programas educativos são importantes. No Japão, se o indivíduo for apanhado dirigindo embriagado, as sanções são pesadas. Ele perde a carteira e vai preso. Mesmo nos Estados Unidos ou na Alemanha, país em que as pessoas ingerem habitualmente mais álcool, nota-se um comportamento mais responsável em quem bebe e pretende dirigir. É uma questão de postura social. O brasileiro é mais permissivo e não demonstra estar preocupado o bastante quanto à educação dos filhos no que se refere ao álcool.
Quem já não escutou – “Bebe um pouquinho. Tudo bem. Um pouco só dá para dirigir”. Na verdade, não é bem assim. Mesmo bebendo pouco e a coordenação motora não estando seriamente comprometida, a euforia provocada pela bebida pode ser tão perigosa quanto não conseguir manobrar o volante com destreza.
Drauzio – Nos países em que a legislação é rígida, o uso do bafômetro é encarado com naturalidade e não é raro encontrar pessoas que foram testadas várias vezes por ano nas ruas, na saída dos supermercados ou perto de bares e cinemas. Aqui, não conheço ninguém que tenha passado por essa experiência. Essa certeza de impunidade facilita o consumo de bebidas alcoólicas. É comum ver nas ruas, especialmente nas noites de sextas-feiras e nos finais de semana, gente bêbada dirigindo automóveis, fazendo acrobacias mirabolantes e pondo em risco a própria vida e a vida dos outros. Você não acha que deveria haver uma conscientização maior associada a uma fiscalização eficaz e permanente para reduzir o número de acidentes de trânsito?
Julia Greve – Acho que as duas medidas devem ser tomadas conjuntamente. Num primeiro momento, como o problema é grave, a repressão tem de ser enérgica e é inevitável. Na legislação brasileira existe um empecilho importante. A Constituição Federal reza que o indivíduo não pode fornecer provas contra si próprio e ele está fazendo isso no instante em que embriagado sopra no bafômetro. Esse artifício jurídico precisa ser discutido. Até que ponto uma pessoa embriagada, que coloca em risco a vida dos outros, tem o direito de negar-se a fazer esse exame?
Nos países que levam o problema a sério, se a quantidade de álcool presente no ar alveolar superar os níveis permitidos por lei, o infrator é levado à delegacia onde pode ser submetido a exames complementares, mas aquela primeira soprada é prova cabal e indiscutível de que ele estava embriagado e transgredindo a lei. No Brasil, como o sujeito pode negar-se a soprar o bafômetro, é levado à delegacia para colher sangue e tem de esperar o médico legista para uma avaliação. Com isso, já se passaram duas ou três horas, o nível de álcool no sangue baixou e não há punição possível. Pensando nisso, é que defendo a idéia da repressão. A sociedade precisa entender que essa história de dar um jeitinho de que se vangloriam tanto os brasileiros não resolve coisa alguma.
Por outro lado, o exemplo dos pais é fundamental para os filhos aprenderem que, sob nenhum pretexto, devem dirigir embriagados. Acidentes de trânsito não são privilégio do Brasil. Existem no mundo inteiro, mas aqui o número de mortes ligadas a indivíduos, que beberam mais do que deviam, é maior por causa da certeza da impunidade.
NÍVEIS DE ALCOOLEMIA
Drauzio – Nos países de legislação mais rígida, as pessoas sabem exatamente o que podem beber antes de pegar no volante. No Brasil, isso não está claro. As pessoas custam a entender que beberam demais, sempre se julgam aptas para dirigir e é raro entregarem a chave do carro para quem não bebeu. Segundo as leis em vigor no País, o nível de álcool permitido é de até 0,6g por litro de sangue. Quanto uma pessoa pode beber para atingir esse limite de concentração de álcool no sangue?
Julia Greve – Considerando a média das pessoas (homens, mulheres, peso, altura, etc.), a maioria pode beber duas latas de cerveja, ou uma dose de bebida destilada forte, como uísque ou vodca, diluída em água ou soda, ou um copo, um copo e meio de vinho. Uma dessas doses fará com que a alcoolemia alcance quase 0,6g/l. Portanto, a pessoa estará perto do limite permitido por lei, o que não quer dizer que esteja em condições de dirigir, porque existem algumas que se alteram com pequena quantidade de álcool. Está provado que nas mulheres, nos magros e em quem não está acostumado a beber, o álcool demora mais tempo para diluir-se no sangue e provoca certa euforia que interfere na autocrítica e na habilidade para guiar um automóvel.
Esse é outro ponto importante que se deve destacar. A pessoa bebe para ficar mais alegre, para se liberar e a primeira coisa que perde é a capacidade de avaliação crítica. Inúmeros trabalhos demonstram que o indivíduo que sofreu um acidente e estava embriagado, esqueceu-se também de colocar o cinto de segurança, correu demais e foi imprudente na direção. Por isso, há países que advogam alcoolemia igual a zero para o motorista. Quem vai dirigir não deve beber, porque são imprevisíveis as alterações comportamentais que o álcool pode provocar. É o caso do meninão que bebe na boate para ter coragem de paquerar a menina e acaba se acidentando seriamente na volta para casa.
Drauzio  Você diz que duas latinhas de cerveja, ou dois copos de vinho, ou uma dose de bebida destilada são o suficiente para atingir a alcoolemia de 0,6g por litro que é o nível de álcool no sangue permitido pela legislação brasileira. Eu diria que, nas noites de sexta-feira, praticamente todos os jovens que dirigem estão infringindo a lei. Não conheço rapaz que saia para um programa e beba somente uma latinha de cerveja, por exemplo.
Julia Greve – Certamente eles bebem mais, mas como a cerveja é uma bebida em que o álcool é diluído em grande quantidade de líquido, ele pode não atingir o nível de alcoolemia se beber três ou quatro latinhas durante um longo período de tempo. Bebidas destiladas, ao contrário, concentram grande quantidade de álcool em pequeno volume de líquido e mais de uma dose extrapolam os limites aceitáveis pela legislação.
Se o vinho for tomado acompanhando as refeições, a absorção é mais lenta. Parece razoável que duas pessoas bebam uma garrafa durante o jantar. Elas podem não estar embriagadas, mas a dosagem da alcoolemia provavelmente indicará que o limite foi alcançado.
Estudo realizado com alunos da Faculdade de Medicina revelou que, depois da terceira lata de cerveja, tanto bebedores inveterados quanto os não habituais tinham ultrapassado o nível de 0,6g/l. Tratava-se de uma situação particular, porque eles estavam proibidos de ingerir alimentos. É claro que se pudessem comer alguma coisa, a absorção seria menor.
No entanto, as pessoas precisam ficar atentas. Mesmo a cerveja, considerada a bebida nacional e classificada como fraquinha, tem álcool em quantidade suficiente para provocar alterações importantes. Essa é uma das grandes preocupações que se deve ter no Brasil. Os números do IML indicam que 50% dos mortos vítimas de acidente de trânsito estavam embriagados no momento do acidente.
Drauzio – Esse é um número viciado porque não considera os que estavam embriagados e não morreram.
Julia Greve – E há outros aspectos. Esse número se refere às vítimas que morreram e foram autopsiadas no IML, o que não acontece com todos os acidentados. Além disso, muitos motoristas embriagados não se ferem nos acidentes, mas provocam a morte de terceiros que não estavam embriagados.
Drauzio – Como você acha que esse assunto deve ser tratado?
Julia Greve – O problema do álcool é sério e a solução não é simples. A repressão é importante, assim como o é a educação. A questão é como convencer um jovem de que ele não pode beber. Campanhas moralistas não surtem nenhum efeito. A mídia está repleta de mensagens do tipo: “Se beber, não dirija”. De certa forma, essa banalização do assunto faz com que as pessoas se mostrem anestesiadas e não se impressionem com o testemunho de alguém que sofreu um acidente grave depois de ter bebido. Os aspectos educativos são importantes, mas é preciso conscientizar a sociedade de que muita gente está morrendo por causa disso e que inverter essa situação é responsabilidade de todos.
ACIDENTES COM MOTOS
Drauzio – Que perigo as motos representam no trânsito das grandes cidades?
Julia Greve – Nas regiões urbanas, em termos de vítimas graves ou fatais, acidentes com motos só perdem um pouco para os acidentes com pedestres. Se considerarmos o número de pessoas que anda a pé e o número de motoqueiros, proporcionalmente as motos representam um problema maior na cidade de São Paulo. Basta observar como os motoboys dirigem entre os automóveis nos corredores de trânsito para se ter uma ideia do risco que correm. De um lado são jovens com menos de 20 anos submetidos a condições de trabalho absurdas que ganham por corrida que fazem e têm de cumprir prazos e horários rígidos. De outro, são jovens interessados num esporte radical que lhes libere muita adrenalina.
As autoridades de trânsito devem estar conscientes do problema, mas acredito que haja certa pressão para manter essa atividade profissional num país em que arranjar emprego está cada dia mais difícil. No entanto, as perdas humanas e os custos sociais são bastante altos. Em geral, as empresas não registram esses funcionários que trabalham como autônomos, não têm seguro saúde e vão parar nos hospitais públicos onde chegam a ficar internados por meses, às vezes, um ano inteiro, e de lá saem, em muitos casos, com sequelas permanentes. As empresas deveriam incluir no custo um seguro para os motoboys que sofressem um acidente. Além disso, é preciso tomar providências a fim de evitar que nossos jovens continuem morrendo por uma postura inadequada no trânsito.
LESÕES NOS ACIDENTES DE MOTOS
Drauzio  Uma cidade como São Paulo talvez não dispense mais o trabalho dos motoqueiros que circulam feito formigas em alta velocidade pelos corredores de trânsito. Suas atitudes são temerárias e parece que não contam com a possibilidade de um imprevisto. Que tipo de lesões eles sofrem com mais frequência?
Julia Greve – As pernas costumam ser a região mais comprometida nos acidentes de moto, principalmente a tíbia, osso muito exposto e desprotegido. Não importa como tenha ocorrido a acidente, o motoqueiro sempre cai da moto. Muitas vezes é lançado longe e sofre lesões graves com perda de pele que infeccionam e demandam longo tempo de tratamento ou até mesmo a amputação do membro.
Na verdade, num país sem campos minados nem guerras, estamos criando uma geração de indivíduos que perderam a perna em acidentes de moto ou que tiveram que amputá-la como consequência desses acidentes.
Em segundo lugar, vêm os traumatismos da face e do crânio, em geral traumas mistos também com lesões graves. A propósito, é importante observar que alguns trabalhos de campo com motoqueiros mostram que as condições do capacete que usam deixam muito a desejar. Os protetores estão vencidos ou foram retirados, a mentoneira está quebrada ou não existe, e os capacetes servem, quando muito, para esquentar a cabeça e enganar a fiscalização. Quando arremessados da moto, os motoboys batem a cabeça que é pesada e está mal protegida e sofrem traumas de crânio de difícil e lenta recuperação. Eles ficam em coma durante muito tempo e nunca se sabe como será sua recuperação.
Em terceiro lugar, estão as lesões dos braços e do plexobraquial, nervos que enervam os membros superiores. Os motoqueiros podem sofrer trações violentas provocadas por movimentos bruscos da coluna cervical em relação ao tronco e que resultam em estiramento ou ruptura. O plexobraquial é arrancado na região da medula na altura da coluna cervical, o que resulta em paralisia do membro afetado. Às vezes, essas lesões são tão graves que nenhuma microcirurgia consegue reparar o dano e fazer o paciente recuperar os movimentos.
Por fim, vêm os acidentes que lesam tronco e coluna. Quando o motoqueiro está em velocidade e bate em alguma coisa ou se depara com um obstáculo, é lançado longe, porque a energia acumulada na moto é transferida para seu organismo. Dessa forma, tanto motoqueiros quanto pedestres recebem um impacto sem nenhum tipo de proteção o que explica a gravidade das lesões sofridas por esses indivíduos. Nos automóveis, o ocupante que usa o cinto de três pontas está muito mais protegido do que aquele que não o usa.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Trânsito Belém: Agentes municipais e estaduais de trânsito passam a ter as mesmas funções

Belém é a primeira cidade paraense a unificar seu trabalho junto ao Detran nas ações de educação e fiscalização de trânsito. Na prática, a partir de um convênio assinado na tarde desta segunda-feira, 14,os agentes de trânsito municipais e estaduais passam a ter as mesmas competências. Com essa união de esforços o objetivo é único: diminuir o número de acidentes de trânsito e, assim, preservar vidas.
“É um ato memorável, em defesa da vida. É um momento de união de forças em prol da segurança no trânsito de nossa cidade”, disse Maisa Tobias, da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana – SeMOB. “A SeMOB sai na frente. É o primeiro convênio de competências mútuas que o Detran assina, e faremos o mesmo com outros municípios. Essa união é um caminho sem volta”, destacou o diretor geral do Detran,Agostinho Queiroz Soares.
Antes do convênio, os agentes de trânsito municipais eram responsáveis exclusivamente por autuar infrações relativas à circulação de veículos, como avanço de sinal e parada em local proibido. Aos agentes do Detran cabia apenas autos relacionados a condutor (como dirigir sob efeito de bebidas alcoólicas ou sem habilitação) e ao veículo (como carro com IPVA vencido ou com placa adulterada). Um ficava totalmente impossibilitado de tomar providências diante do flagrante de algo de competência do outro. Agora ambos passam a atuar da mesma maneira.
“A defesa da vida estava limitada por competências. Isso posso, aquilo não posso… Mas o cidadão não quer saber se foi o Detran ou a SeMOB, ele quer que o agente de trânsito na rua resolva o seu problema, e que o poder público dê garantia de vida. Esta atitude está sendo tomada para que se tenha assegurada a vida e o direito de ir e vir”, ressaltou o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho.
Além da fiscalização e autuação unificada, o convênio prevê ações compartilhadas de educação, de sinalização e de construção do Serviço de Levantamento de Acidentes de Trânsito – Selatran. “Atualmente, cerca de 80% dos leitos do Hospital Metropolitano estão ocupados por vítimas de acidentes de trânsito. Esse convênio tem previsão legal e estaremos acompanhando os dados estatísticos. Tenho certeza de que a população desse Estado verá a diferença”, pontuou o secretário de Estado de Segurança Pública, Luiz Fernandes Rocha,
Com a assinatura, o convênio será publicado nos Diários Oficiais de Estado e Município, e a previsão é de que em dez dias se façam as adaptações necessárias para o início dessa atuação conjunta. “Vamos fechar um plano de trabalho, capacitar os agentes do Detran e da SeMOB e refazer os talonários de autuação para que sejam mais completos”, anunciou Maisa Tobias. Ela também citou que a união não diminui a necessidade de se ampliar a quantidade de agentes de trânsito em atuação nas ruas de Belém.
“Esse convênio não tem a ver com quantidade, mas sim com qualidade. Temos uma demanda calculada de que Belém precisaria de 500 agentes de trânsito. Se não fizéssemos esse convênio, poderíamos ter até 500 agentes novos, mas todos com ação restrita. Ainda teremos poucos agentes, mas serão aptos a atender a população da forma que ela merece. Quando esse quadro de funcionários crescer, seremos muitos em quantidade e em qualidade de atuação”, avaliou a superintendente da SeMOB.

Fonte: www.achebelem.com.br/

terça-feira, 22 de outubro de 2013

ESTUDO APONTA PERFIL DE MOTORISTAS PRESOS POR EMBRIAGUEZ.

Levantamento foi realizado com base nas prisões efetuadas em 2013 em Londrina, norte do Paraná. 88% dos condutores presos não tinham passagem pela polícia

Um estudo feito pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Londrina, no norte do Paraná, apontou as principais de características dos motoristas que foram presos por embriaguez nas rodovias federais da cidade.

A pesquisa foi baseada em boletins de ocorrência feitos entre janeiro e fevereiro de 2013, quando 75 motoristas foram presos na cidade por dirigirem bêbados. De acordo com o levantamento, 25% dos presos tinham entre 18 e 30 anos, 43% entre 31 a 40 anos e 16% ficam tinham acima de 50 anos.

O estudo também apontou que 88% dos condutores não tinham passagens pela polícia e que todos eram do sexo masculino. Em 2012, 51 motoristas foram presos em Londrina por embriaguez no mesmo período comparado com 2013.

Para o policial autor da pesquisa, Jeferson Cavalcanti, os motoristas ainda não entenderam sobre a gravidade de conduzir um veículo alcoolizado. "O condutor ainda vacila no sentido de achar que não vai acontecer nada ao dirigir bêbado. Os dados levantados mostram que a situação realmente pode aumentar o número de acidentes", relata.

A meta da pesquisa, segundo o policial, é contribuir com subsídios para o planejamento de ações educativas e de fiscalização. "Assim, podemos ver a importância de atuar junto a essas faixas etárias, promovendo economia com gastos em saúde e preservando as vidas que estão em fase produtiva e podem contribuir para o crescimento do país", acrescenta.

Novas regras para a Lei Seca

As novas regras da Lei Seca foram sancionadas pela presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2012. Antes, se o bafômetro registrasse 0,13 miligramas de álcool por litro de ar expelido o motorista era liberado. Agora, a presença de 0,05 miligramas já é infração. O novo limite equivale a menos de um copo de cerveja.


A multa para a infração é de R$ 1.915,40 e o motorista tem a carteira de habilitação recolhida e perde o direito de dirigir por um ano. A partir de 0,34 miligramas, além dessas punições, ele responde a processo por crime de trânsito. A pena pode ser de seis meses a três anos de detenção.

Fonte: G1 Notícias

sábado, 19 de outubro de 2013

A maioria dos acidentes ocasionados é por falha humana

A maioria dos acidentes ocasionados por falha humana pode ser evitada. Basta prestar mais atenção, evitando três falhas: negligência, imperícia e imprudência. Abaixo segue uma lista com dicas, para que você evite acidentes.
- Não ultrapasse em locais proibidos.
– Não dirija sob efeito de álcool, ou substancia parecida.
– Evite o excesso de velocidade.
– Faça a manutenção frequente do seu veículo.
– Não fale ao celular, ou qualquer aparelho que possa desviar a atenção.
– Crianças devem ser transportadas com a cadeirinha adequada e no banco traseiro.
– Mantenha distância do veiculo a frente.
– Redobre a atenção em dias chuvosos.
– Respeite a sinalização.
– Mostre a intenção antes da conversão ou ultrapassagem.
– Ande com os equipamentos corretamente.
DICAS DE SEGURANÇA NO TRÂNSITO
Esses são alguns dos cuidados que podem salvar uma vida. Dirija com responsabilidade, assim você também não colocará a vida de outras pessoas em risco. Um motorista precisa ter precaução, pois assim conseguirá evitar acidentes.
Sabemos que 90% dos acidentes são causados por falhas humanas, mas devemos analisar o que provoca os outros 10%. Lembrando que 6% são causados por más condições das vias e os outros 4% por falhas mecânicas.
O fator mais relevante em um acidente é chamado de causa principal do mesmo. Esse fator pode ser: excesso de velocidade, erros na previsão de ações de outros motoristas, negligência na avaliação das condições adversas, desrespeito à sinalização ou normas de trânsito, falta de habilidade para conduzir com segurança.
GD Star Rating

Dicas de segurança no trânsito – Direção defensiva

segurancatransitoÉ fácil principalmente para quem mora em cidades grandes flagrar além de absurdos cometidos no trânsito, presenciar acidentes cometidos por diversos fatores, muitos deles por pura negligência.
As estatísticas demonstram que, a cada ano, são centenas de milhares as vítimas de acidentes de trânsito no Brasil. Dentre elas, aproximadamente 50 mil são vítimas fatais, das quais 30 mil morrem no local do acidente. São computados em dezenas de milhares também, os sobreviventes que se tornam inválidos.
Por esse motivo, este artigo servirá para alertar todo o motorista a assumir uma postura defensiva ao guiar um veículo, e muni-lo de informação para a diminuição dessa triste estatística.
O impacto social causado pelas mortes no trânsito é muito intenso, pois a grande maioria das vítimas tem entre 18 e 35 anos e pertence à faixa economicamente mais produtiva e ativa da nossa sociedade.
Quando analisamos as estatísticas envolvendo motos, os números são ainda mais impressionantes. As motos representam aproximadamente 7% da frota brasileira de veículos, mas estão envolvidas em 35% dos acidentes.
Todos nós somos usuários diários do trânsito, seja como passageiros, pedestres ou condutores. Somos responsáveis pelo bem estar desse meio social. Porém, quanto à segurança no trânsito, sem dúvida a maior responsabilidade cabe aos condutores.
Muitos motoristas não têm consciência desta responsabilidade. É comum ouvirmos relatos de acidentes onde o condutor aponta como “culpa” a falta de acostamento, a chuva, um buraco na pista, entre diversos outros fatores.
Após analisar as causas de milhares de acidentes, foi possível chegar às seguintes conclusões:
90% dos acidentes são causados por falhas humanas.
4% são causados por falhas mecânicas.
6% são causados por má condição das vias.
A partir destes dados, verificou-se também que a grande maioria das falhas humanas pode ser evitada, tomando-se alguns cuidados básicos. Esses procedimentos foram analisados e sistematizados: o conjunto destas técnicas recebe o nome de Direção Defensiva para condutores de veículos de quatro rodas e Pilotagem Defensiva para condutores de veículos de duas ou três rodas. A prática desses procedimentos está ao alcance de todos os condutores.
Definição
Dirigir ou Pilotar defensivamente é evitar acidentes ou diminuir as conseqüências de um acidente inevitável, apesar dos erros, das condições adversas e da irresponsabilidade de outros condutores e pedestres.
Desta definição podemos concluir que:
  • Os acidentes geralmente são causados pela combinação de diversos fatores. O fator mais relevante é chamado de causa principal do acidente. Esse fator pode ser: excesso de velocidade, erros na previsão de ações de outros motoristas, desrespeito à sinalização ou normas de trânsito, negligência na avaliação das condições adversas, falta de habilidade para conduzir com segurança, etc.
  •  O condutor defensivo altera conscientemente o encadeamento dos fatores que resultariam em um acidente. Ele sabe que basta interferir, de forma positiva, em um ou mais destes fatores, para que o acidente não aconteça.
  • Motorista defensivo é aquele que utiliza constantemente as técnicas de Direção e Pilotagem Defensiva, enquanto dirige seu veículo. Deste modo, ele evita acidentes, tornando assim o trânsito muito mais seguro, para si próprio e para as demais pessoas.
Lembre-se: conhecer as técnicas não basta. É preciso alterar o comportamento, incorporando essas técnicas ao dia-a-dia, reconhecer e abandonar antigos vícios e maus hábitos, de forma a automatizar os procedimentos e as atitudes corretas.
Outra característica importante do condutor defensivo é a de que ele fica satisfeito em evitar o acidente, independente de quem tenha razão ou de quem seja a culpa.
É importante saber que, em qualquer acidente, ocorre pelo menos uma destas três falhas humanas:
  • Negligência
  • Imprudência
  • Imperícia
A negligência pode ser definida como descaso, displicência ou desleixo. Muitos acidentes e mortes são causados por negligência:
  • Do órgão com jurisdição sobre a via, quando deixa de fazer a manutenção e instalar ou reparar a sinalização.
  • Do proprietário do veículo, quando permite que condutores não habilitados ou sem condições de dirigir conduzam seu veículo.
  • Do condutor, quando insiste em conduzir um veículo mal conservado ou fora dos padrões de segurança.
  • Do condutor, quando não obedece às leis de trânsito e não pratica as técnicas de Direção ou Pilotagem Defensiva.
A imprudência, elemento de presença constante no trânsito brasileiro, o motorista imprudente é aquele que: 
  • Expõe a si próprio e às demais pessoas a riscos desnecessários, sem medir as conseqüências.
  • Mesmo percebendo a precariedade de sinalização e conservação de uma via, continua conduzindo com velocidade incompatível.
  • Dirige perigosamente, sem levar em consideração condições adversas existentes no momento em que trafega.
A imperícia ou falta de habilidade é uma importante causa de acidentes. Geralmente é proveniente de má formação ou treinamento inadequado do condutor que:
  • Não está suficientemente capacitado ou familiarizado para usar determinado tipo de veículo.
  • Não sabe o que fazer ou tem reações impróprias frente a situações adversas.
  • Não sabe como agir em situações de emergência.
Agora você já sabe, não entre nos 90% das estatísticas, seja prudente, consciente e defensivo na direção.
O SS abordará esse tema constantemente com várias dicas, dentre elas elementos como: conhecimento, atenção, previsão, habilidade e ação!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013


Dirigir com a carteira vencida há mais de 30 dias pode dar multa de R$ 191,53

Lembra a última vez que você olhou a sua carteira de motorista? E ainda mais, lembra a data em que você deveria renová-la? Pois dirigir com a carteira vencida é uma situação mais comum do que parece. “Acontece bastante. A pessoa não acessa o documento diariamente ou passa despercebida a data de vencimento. Todo mundo tenta argumentar, mas normalmente é descuido”, afirma a inspetora-chefe do departamento de Trânsito da Guarda Municipal, Luiza Schmidt.
E o descuido sai caro. A multa para quem está com a carteira vencida há mais de 30 dias é de R$ 191,53, recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e retenção do veículo. “Quando abordamos um motorista e vemos que a data para renovação está próxima, imediatamente lembramos a ele que o vencimento está chegando”, conta Luiza.
Penalidades e procedimentos para fazer a renovação
É infração gravíssima dirigir veículo com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida há mais de 30 dias, com penalidade de multa de R$ 191,53, recolhimento da CNH e retenção do veículo até que alguém com a situação regular vá retirá-lo. Todo processo de renovação de exames é padrão, independendo se é a primeira renovação ou não.
Todo o passo a passo deste serviço, bem como os documentos necessários e valores, estão disponíveis no site do Detran/RS. Conforme a legislação em vigor, as aulas teóricas para a renovação são necessárias somente para aqueles condutores que não as realizaram na primeira habilitação e que ainda não fizeram a atualização. A maioria dos condutores já realizou essa atualização e ela só é necessária uma vez – a não ser que a legislação seja alterada novamente, e se faça necessária uma nova atualização.
A validade da CNH, conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é de até cinco anos. Para maiores de 65 anos de idade, a validade é de até três anos. É importante, no entanto, salientar que os prazos de validade são estabelecidos pelo exame médico ou avaliação psicológica, de acordo com a situação detectada no momento da perícia, podendo ser reduzidos, sempre que se verificar necessário.
É importante também esclarecer que as taxas, para pessoas com 65 anos ou mais, possuem redução de 40% no valor. O condutor cuja CNH venceu ou está em vias de vencer, que queira novo documento de habilitação na mesma categoria em que está habilitado, deve solicitar este serviço. É preciso saber ler e escrever, possuir documento de identidade, ser penalmente imputável e possuir Cadastro de Pessoa Física (CPF).
Procedimento
-Comparecer no Centro de Formação de Condutores ou no posto avançado de sua escolha portando a documentação necessária.
- Obter no CFC ou no posto avançado a guia para pagamento das taxas.
- Pagar o valor referente em qualquer dos bancos conveniados – Banrisul, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco ou Sicredi.
- Realizar a avaliação psicológica no CFC ou no posto avançado, caso exerça ou pretenda exercer atividade remunerada com o veículo.
- Prestar o exame de aptidão física e mental no CFC ou no posto avançado.
- Optar por assistir ao curso teórico e técnico ou prestar o exame – para quem não tiver assistido a curso que inclua as disciplinas de direção defensiva e de primeiros socorros.
- Solicitar o aproveitamento de estudos, apresentando a cópia autenticada do certificado do curso com as referidas disciplinas – para quem tiver feito curso, deseja aproveitar tais disciplinas e não as tenha registrado em seu prontuário.
- Aguardar em torno de 5 dias úteis para receber a nova CNH.
- Pode haver dispensa de algumas etapas ou pagamentos acima conforme situações especiais do condutor.
- Caso o condutor tenha obtido, em serviço anterior, o resultado apto com validade na avaliação psicológica, será exigido no serviço atual a realização de nova avaliação.
- Realizar avaliação psicológica quando solicitada pelo médico.
Documentos:Carteira de Identidade (original e cópia) CPF (original e cópia) Comprovante de residência (original e cópia) CNH vencida ou a vencer (original e cópia). Os CFCs já estão realizando a captura digital de imagens. Assim, não é mais necessário levar fotos.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

OS SETE PECADOS CAPITAIS NO TRÂNSITO

Os pecados capitais se referem à classificação das condições humanas reprováveis, tratadas atualmente como vícios. No Catolicismo, são os pecados passíveis de condenação sumária, aqueles para os quais não existe perdão.


Da mesma forma, independente de credo, religião ou de qualquer outro fator, diariamente milhares de condutores profanam a lei sagrada da vida no trânsito e cometem pecados capitais que condenam a si mesmos e aos outros à sua falta de ética, de respeito e de cidadania.


O primeiro pecado capital do trânsito é a gula, associada ao egoísmo de querer tudo para si e o outro que se dane. Como diria meu pai: “venha a nós tudo, ao vosso reino nada!”. Representa o desejo insaciável por levar vantagem em tudo e que leva certos motoristas a entenderem que são os donos de qualquer espaço, qualquer brechinha na via pública.


Gula de quem cola atrás na traseira do outro carro sem se preocupar com a perícia do condutor da frente; gula de quem estaciona ocupando o espaço da outra vaga, de quem estaciona em vaga preferencial (idosos, deficientes) ou em local proibido.


O segundo pecado capital no trânsito é a avareza, o apego excessivo e descontrolado pelo carro e que beira a idolatria. Também e sinônimo de ganância que leva muitos a deificar o carro, valorizá-lo mais do que as pessoas, ter apego exagerado. É o pecado típico de quem se endivida pelo resto da vida para comprar o carro dos sonhos, de quem troca a segurança da casa própria, do tratamento de saúde ou mesmo a qualidade de vida para se matar trabalhando pelo carro dos sonhos.


A luxúria é o terceiro pecado capital do trânsito e se traduz no desejo passional e egoísta pelos bens materiais. O carro torna-se uma paixão que domina o motorista, leva-o a corromper costumes e valores em relação ao carro, que passa a ser objeto de orgulho, exibição, status e poder.


O pecado capital da ira está por trás da raiva, do estresse, das brigas de trânsito, das perseguições após uma “fechada”. Está por trás do dedinho levantado, do xingamento, do sinal insistente de farol para sair da frente e da buzinada longa que mais parece um palavrão.


A ira torna o motorista furioso e descontrolado com o desejo de passar por cima dos outros carros e esganar o outro motorista ou o pedestre.


A inveja é o pecado capital por trás de uma pessoa que cobiça o carro dos outros e considera o carro ou a moto do outro um objeto de status e de poder. Refere-se ao desejo exagerado de possuir um carro melhor do que o do outro, do vizinho, do chefe e o faz olhar para o carro dos outros com malícia. Há invejosos que rogam pragas e fazem profecias do tipo: “tomara que bata” ou que até se alegram quando o outro se acidenta.


A preguiça é o pecado capital de quem anda devagar pela pista da esquerda colocando a si mesmo e aos outros em perigo na via pública. Também se refere ao motorista negligente com a própria segurança; que faz conversões em locais proibidos para não ter que trafegar mais alguns metros e fazer a manobra em local seguro.


A vaidade ou o orgulho traduz aquele motorista que anda de nariz empinado, de peito estufado e que gosta de exibir o carro luxuoso que tem. Alguns vaidosos estacionam onde é proibido e gostam de usar o carro para demonstrar o quanto são poderosos, para desafiar as autoridades e os outros. São os que não tem humildade e simplicidade à bordo do carro caro e potente. Gostam de se vangloriar em função da marca, do modelo e do preço do carro.


O fato é que no começo, quando tudo se fez, só havia pessoas. Aí inventou-se a roda, a máquina a vapor, outros tipos de motores e o carro. As pessoas então descobriram que a vida sobre rodas era mais prática, mais rápida, mais confortável e foram agregando outros valores aos veículos.


A real função e utilidade do carro como facilitador para transportar pessoas e coisas foi sendo substituída pelo status, pelo poder, pelo glamour e por outros símbolos inventados pelo homem.


Aí inventaram a mídia, a propaganda, a publicidade, a arte de convencer e de vender, inclusive carros. Até a felicidade, uma busca constante da humanidade, foi associada ao carro.


As pessoas passaram a se deixar levar pelos pecados capitais do trânsito fazendo com que os veículos sejam considerados mais importantes que o próprio ser humano.


Diariamente crucificam-se, ferem-se, mutilam-se, matam-se pessoas no trânsito muito mais do que nas guerras santas ou profanas. Este sim, é o pecado maior.